domingo, 22 de maio de 2011

apontamento

As editoras portuguesas vão enfim cedendo ao acordo ortográfico (até porque vai passar a ser obrigatório), e eu, por razões diferentes das dos portugueses, vou sentindo falta dos 'c', dos 'p', do 'h' - em húmido, por exemplo. Admito: sou conservadora (sempre fui) quanto à forma das palavras. Se pudesse ainda escreveria pharmácia. Por gosto - nada mais.

sábado, 21 de maio de 2011

e a profecia não se cumpriu

"Reiterada de tempos a tempos, reativada como um programa inevitável a partir do momento em que a Internet e os motores de busca passaram a fazer parte do quotidiano, em meados dos anos 90, a profecia não se cumpriu: a "galáxia de Gutenberg" não passou a ser uma coisa do passado, e a espécie do Homo typographicus continuou a crescer e a multiplicar-se, ainda que a sua condição seja agora híbrida, já que passou também a responder - e todos nós sabemos com que solicitude e velocidade - às solicitações da era digital.
Certo é que o caudal dos livros que se folheiam com os dedos, os livros impressos, não parou de aumentar. Robert Darnton (...), um dos mais importantes historiadores do livro e diretor da Biblioteca Universitária de Harvard, fornece os números desta marcha progressiva, num tempo que se esperava ser de abrandamento: em 1998 foram publicados em todo o mundo 700.000 novos títulos, em 2003 foram 859.000 e em 2007 foram 976.000."
Jornal EXPRESSO de 21/5/2011 : ler toda a matéria neste link

sexta-feira, 13 de maio de 2011

os escritores e seus gatos

Françoise Sagan com Brahms

Ezra Pound com seus três "tesouros"

Elizabeth Bishop com Minnow

Aldous Huxley com Limbo

ver mais fotos no blogue: http://weimarart.blogspot.com

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Visão nocturna da Feira



O espaço da 81ª Feira do Livro de Lisboa está mais interessante e agradável que nos anos anteriores. Vi tendas com autores a falarem para uma plateia até significativa, o que me lembrou a FLIP, a feira literária de Paraty. Também ouvi jazz ao vivo. E comi farturas. Muito movimento - não sei se muitas compras. Desta vez nada me apaixonou, mas comprei: Franny e Zooey, de J. D. Salinger, em edição da Relógio d'Água, e Uma Ideia da Índia, do Alberto Moravia, numa linda edição em capa dura da Tinta da China. Em geral bons preços. Talvez ainda volte outro dia. Termina a 15 de Maio, Domingo.

Coisas esquecidas no meio dos livros - 1


A Biblioteca Municipal de Vila Real organizou, no ano passado, uma exposição sobre "coisas esquecidas no meio dos livros" - marcadores, anotações avulsas, flores secas, poemas anónimos, cartas, bilhetes de namorados, postais ilustrados que durante meio século foram sendo deixados "no meio dos livros" que foram requisitados das suas estantes.
Para isso, serviam também os livros: um bilhete, no meio de um dicionário de Latim, a marcar um encontro junto do muro do liceu; um queixume enternecido e magoado esquecido entre as páginas de uma monografia sobre cerâmica regional. Um bilhete de cinema a fazer de marcador.
O que vem dentro dos livros, às vezes, não é o que vem dentro dos livros. É exactamente o que se perdeu lá dentro.

(tirado da coluna de Francisco José Viegas, 'Diário de Ocasião' - revista LER de Abril 2011)

domingo, 1 de maio de 2011

"a cultura é feita de filtragem"


Recomendo vivamente, entre outros artigos, a entrevista de Carlos Vaz Marques a Umberto Eco, na Revista LER de Abril de 2011. Entre vários temas e comentários de interesse, destaco este, sobre se o livro electrónico chegou para ficar:

"O meu argumento, a esse respeito, é o seguinte. A fotografia não matou a pintura. O cinema não matou a fotografia. A televisão não matou o cinema. O avião não matou o comboio. (...) Quando estou a escrever e preciso de verificar uma palavra, já não me levanto para ir pegar num dicionário. Tenho-o no computador. É mais cómodo, é mais fácil. Porque não? Em contrapartida, há o livro que se quer sublinhar, em que se quer escrever coisas nas margens, que queremos ler sob o ramo de uma árvores ou na praia ou na casa de banho. Aí acho que o livro manterá sempre o seu charme e a sua função. Até do ponto de vista sentimental (...)."

Há ainda, na mesma entrevista, temas tão interessantes como a cultura do trivial, do trash; o excesso de informação, a cultura e a necessidade de filtragem da informação; além de comentários sobre a sua escrita e sobre o seu mais recente livro, acabado de publicar pela editora Gradiva, O Cemitário de Praga.

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