segunda-feira, 23 de abril de 2012

A arte de traduzir poesia

 

O escritor e professor Paulo Henriques Britto expõe sua visão de tradução e explica, com exemplos práticos, todos os elementos que devem ser levados em conta na tradução poética.
 
Publicado em 24/03/2012
Revista Ciência Hoje

Link para o artigo completo: A arte de traduzir poesia

«A tradução é uma forma de reescrita; traduzir é reescrever um texto numa língua diferente. O objetivo é produzir um texto que possa substituir o original, para aqueles que desconhecem o idioma em que ele foi escrito. O tradutor é, pois, um tipo específico de autor.»

«Todas as exigências feitas à tradução de um texto em prosa ficcional se impõem ao tradutor de poesia.»

«A tradução de um poema que não leve em conta a divisão em versos e os elementos rítmicos que caracterizam o original não é sequer uma tradução.» 


Paulo Henriques Brito é poeta, contista, tradutor de poesia e prosa e professor de Estudos da Tradução da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 
Nasceu no Rio de Janeiro em 1951. É um dos mais conceituados poetas contemporâneos do Brasil (e um dos mais pessoanos), tendo conquistado com o seu livro de 2003, Macau, o prémio Portugal Telecom de Literatura Brasileira. 
É ainda um renomado tradutor de literatura anglo-americana, tendo traduzido já E. L. Doctorow, Henry James, V. S. Naipaul, Thomas Pynchon, Wallace Stevens, Elizabeth Bishop, Don DeLillo, Nadine Gordimer, John Updike, William Faulkner, Ted Hughes ou Philip Roth.


EPÍLOGO
Finda a leitura, o livro está completo
em sua solidão mais-que-perfeita
de couro falso e íntimo papel.
Lá fora, o mundo segue, arquitetando
as mesmas contingências costumeiras
que nunca esbarram numa irrefutável
conclusão que se possa resumir
em três letras letais, inalienáveis.
Que paz será possível nessa selva
sem índices, prefácios, rodapés?
indaga, da estante mais excelsa,
o livro. Porém, nada disso importa,
se todas as dúvidas se dissipam,
com tudo o mais, quando o bibliotecário
apaga as luzes, sai e tranca a porta.

A insolvência da Sodilivros

A editora Antígona enviou este comunicado à imprensa e o Cadeirão Voltaire publicou:

Comunicado à Imprensa – Insolvência de CESodilivros

A CESodilivros, a maior distribuidora de livros em Portugal, no mercado há mais de vinte anos, acaba de pedir a insolvência, deixando em grandes dificuldades e com muitas dívidas as mais de quarenta editoras que distribuía, incluindo a Antígona e a Orfeu Negro.

Os administradores desta empresa, o Sr. José da Ponte e o Dr. João Salgado, o patrão da mesma e também proprietário da Coimbra Editora, têm-se comportado como descarados malfeitores. Quase todas as distribuidoras de livros faliram nos últimos trinta anos.
Há aqui um erro; onde está esse erro?

Os meios de comunicação social têm estado silenciosos, indiferentes à desgraça dos editores e do pessoal trabalhador da CESodilivros.
Jornais e televisões andam muito ocupados com as banalidades do Governo e afins.
Deseja-se que a partir desta comunicação acordem para este gravíssimo problema cultural, ficando a Antígona disponível para fornecer todas as informações necessárias.

Lisboa, 20 de Abril de 2012
Luís Oliveira
Editor da Antígona

Hoje: Dia Mundial do Livro


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